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Morcegos

Espécies mais encontradas nas áreas urbanas

Os morcegos são vertebrados. Pertencem ao Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Chiroptera. Os Chirópteros são reconhecidamente os únicos mamíferos capazes de voar. No Brasil são registradas cerca de 150 espécies. A distribuição desta Ordem é cosmopolita, ou seja, habitam todas as regiões dos cinco continentes, exceção feita às regiões mais frias dos Pólos Ártico e Antártico e algumas ilhas muito isoladas.

Atualmente este grupo tem sua Ordem dividida em duas subordens: Megachiroptera e Microchiroptera. A subordem Megachiroptera é restrita a África, Ásia e Oceania. E como já imaginávamos pela dica do nome, nesta subordem encontra-se os maiores morcegos do planeta, conhecidos popularmente como "raposas voadoras". Esses animais podem alcançar até 2 metros de envergadura, ou seja, da ponta de uma asa até a ponta da outra. A subordem Microchiroptera tem distribuição mais abrangente. Membros deste grupo podem ser observados por todo o globo, o que incluí as Américas. Os morcegos dessa ordem são bem menores, ficando entre 10 e 80 cm de envergadura.

Prejuízos e riscos à saúde

Há quase 1000 espécies de morcegos, apenas três são hematófagas, isto é, alimentam-se exclusivamente de sangue. Os temidos morcegos-vampiros são pequenos – o maior deles tem apenas 10 centímetros – e vivem na América do Sul, inclusive no Brasil. Ou seja: a maioria dos morcegos come frutas e insetos. Segundo explica o biólogo Marco Aurélio Ribeiro de Mello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), duas espécies bebem exclusivamente sangue de aves: Diphylla ecaudata e Diaemus youngii. A terceira espécie – Desmodus rotundus, conhecido como morcego-vampiro comum – alimenta-se do sangue de aves e mamíferos. Ataques a seres humanos não são habituais, contudo tem havido relatos recentes de episódios assim em vilarejos remotos no Pará e no Amazonas. “São regiões onde a natureza foi drasticamente alterada”. “Na ausência de presas selvagens ou gado, os hematófagos atacam animais domésticos e seres humanos”, explica o professor Wilson Uieda, biólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), reconhecido como uma das maiores autoridades nos morcegos-vampiros da fauna brasileira. Segundo ele, os hematófagos têm especial preferência pelos pés das vítimas: os dedos são o alvo escolhido em 90% dos casos. Cabe ressaltar que os morcegos, ao adquirem a raiva, podem apresentar mudanças em seu comportamento, tais como: atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação dos movimentos, contrações musculares e paralisia no caso dos morcegos hematófagos. As fezes do morcego, quando acumuladas em grande quantidade em locais úmidos e abafados, podem produzir um fungo chamado histoplasma, um pó branco e tóxico que, quando inalado, causa uma doença respiratória grave. A histoplasmose pode ser controlada, mas não tem cura.

Ciclo de vida e reprodução

Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães em uma gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, e, geralmente, um filhote por gestação. Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos primeiros meses, os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente começam a ingerir o mesmo alimento dos adultos. Os morcegos insetívoros, habitualmente, possuem um pico de reprodução que ocorre no período mais quente do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes, já no caso dos frugívoros, a reprodução está associada à frutificação das plantas que lhe servem de alimento, ocorrendo em diferentes épocas do ano. Os morcegos têm uma expectativa de vida alta, variando de 10 a 30 anos (algumas espécies insetívoras).

Características e comportamentos

Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade de voar, devido à transformação de seus braços em asas. Representam a segunda maior ordem dos mamíferos, com 1.198 espécies (Nowak, 2003); dessas, cerca de três quartos são insetívoras (alimentam-se de insetos).

Os morcegos saem de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite. Comunicam-se e voam orientados por sons de alta freqüência que, emitidos pela boca ou narinas, ao encontrar um obstáculo retornam em forma de ecos. Esses ecos são captados pelos seus ouvidos e transformados em estímulos nervosos, possibilitando assim sua orientação. Utilizam também a visão e o olfato. Os hábitos alimentares dos morcegos são os mais diversos dentro de uma única ordem de mamíferos. Há um numeroso contingente de devoradores de insetos (insetívoros), amantes de frutas (frugívoros), apaixonados por néctar (nectarívoros), gourmets de peixes (piscívoros), apreciadores de pequenos vertebrados (carnívoros), glutões que comem de tudo um pouco, como frutos, flores e pequenos vertebrados (onívoros), e os já citados hematófagos. Os morcegos, em geral, ficam abrigados durante o dia em locais como cavernas, ocos de árvore, edificações (juntas de dilatação de prédios, porões, sótãos, cumeeiras sem vedação, entre outros), folhagens e superfície de troncos. Muitas vezes os morcegos insetívoros, principalmente em áreas urbanas, utilizam as edificações como abrigo diurno. Alojam-se preferencialmente em cumeeiras, nos espaços estreitos entre o telhado, o madeiramento e as paredes, nas juntas de dilatação dos prédios, nas caixas de persianas, em chaminés e nos dutos de ventilação, entre outros. Os morcegos nectarívoros abrigam-se em espaços mais amplos, tais como porões, sótãos, garagens ou outros locais poucos freqüentados. Os frugívoros abrigam-se geralmente sob as folhagens das árvores e edificações com espaços amplos.

Medidas preventivas

Os morcegos que se alimentam de frutos (fitófagos) costumam dar voos rasantes perto das árvores em busca de alimento dando a impressão de “ataque”. Lembre-se de que eles têm hábitos noturnos e, portanto, evite transitar pelo local à noite. Solicite a poda dos galhos mais baixos das árvores na Subprefeitura.

Caso um morcego entre em sua casa ou se encontre caído no chão, tente imobilizá-lo com uma caixa, balde, bacia ou pano. Jamais toque nele, pois pode morder para se defender. Entre em contato com o Centro de Controle de Zoonoses.

Se os morcegos estiverem alojados no forro da casa, será necessário providenciar a vedação como segue:

  • Verificar os espaços abertos por onde entram e saem;
  • Vedar de modo permanente as demais aberturas existentes, deixando abertas somente aquelas utilizadas pelos morcegos;
  • Aguardar a saída dos morcegos (entardecer) e vedar essa abertura com material provisório (jornais, panos). Os morcegos que saírem estarão impossibilitados de retornar ao abrigo. No mesmo horário, no dia seguinte, retire o material provisório, permitindo a saída dos morcegos que ainda tinham permanecido no abrigo;
  • Vedar definitivamente as aberturas de entrada e saída dos morcegos;
  • Juntas de dilatação de prédios devem ser vedadas com material apropriado. Após a vedação, as fezes acumuladas nesses abrigos, deverão ser umedecidas e retiradas;
  • Para esse procedimento, a pessoa deve proteger boca e nariz, com máscara ou toalha molhada;
  • Não manipule nenhum tipo de morcego, vivo ou morto;
  • Nunca tente capturá-los;
  • Nunca utilize produtos químicos para desalojá-los; Caso alguma pessoa entre em contato com morcegos, deverá procurar orientação médica;