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Pombos

Prejuízos e riscos à saúde:

O Pombo doméstico (Columbia livia)

Apesar de ser o símbolo da Paz, o pombo é considerado praga urbana devido a sua característica nefasta de ser hospedeiros de diversos microrganismos.

Depositados em suas fezes esses microorganismos são particularmente danosos, o que levanta a questão da necessidade de combate dessa praga. O assunto é polêmico e tem gerado muita discussão.

De um lado as autoridades médicas, agricultores e industriais prejudicados e, de outro, os ecologistas e defensores do meio ambiente. A imagem do pombo além de estar relacionada com a paz, liga-se à religiosidade e a tudo que diz respeito à pureza e bondade.

É um animal dócil, que se habitua facilmente com o homem. Em praças públicas, as pessoas alimentam as aves. As crianças ficam encantadas quando os pombos vêm comer direto em suas mãos.

A imagem é realmente encantadora, mas o perigo existe. Em primeiro lugar, os pombos estão fora de seu habitat natural. Em segundo lugar, não há predadores que possam controlar seu número, mas pessoas que os alimentam e estimulam a sua proliferação, que pode atinge níveis capazes de pôr em risco a sanidade das pessoas, dos alimentos e do meio ambiente.

As doenças

Há inúmeros estudos sobre a transmissão de doenças e parasitas ao homem e animais domésticos através de pombos e outras aves domésticas. Essa transmissão pode ser através de esporos, ectoparasitas, contaminação fecal, por contato com tecidos infectados, através do contato com vetores como os mosquitos e moscas.

Das diversas doenças trazidas por aves, incluindo pombos, temos a Hitosplasmose, transmitida através de esporos oriundos de terrenos contaminados por fezes de pombos e outras aves. O agente é o fungo Histoplasma capsulatum, que se desenvolve em ambientes aquecidos e úmidos. As fezes de aves acumuladas são o local ideal para este fungo se desenvolver.

Sendo muito leves, os esporos são transportados pelo vento e acabam sendo inalados por pessoas ou animais. A doença causa febre, anormalidades sangüíneas, lesões nos pulmões, pele, olhos, boca, garganta e outros órgãos. Outra doença é a Toxoplasmose, cujo agente é um protozoário ou verme microscópico chamado de Toxoplasma gondii.

A Toxoplasmose é uma zoonose muito freqüente em animais e aves. Normalmente o gato é o hospedeiro definitivo, em que o parasita se reproduz, enquanto que o homem e outros animais são chamados de hospedeiros intermediários. A transmissão pode ser através da inalação de parasitas ou de sua ingestão em carne e leite contaminados, pela picada de insetos hematófagos e por inalação de fezes secas de aves.

A Toxoplasmose é uma infecção considerada benigna, porém extremamente perigosa para gestantes, pois causa anomalias no feto. Pode também afetar a retina e levar à cegueira parcial ou total. Num indivíduo com seu sistema imunológico afetado, o parasita chega a instalar-se no cérebro, levando ao óbito.

A Criptocose é uma doença sistêmica causada por um fungo, o Criptococcus neoformans, associada aos pombos e outras aves. O fungo desenvolve-se rapidamente nas fezes desses animais, permanecendo ativos em fezes antigas e ressecadas. Nos seres humanos, já foram identificados dois tipos de Criptocose.

A primeira é a forma cutânea, que provoca erupções na pele ou úlceras com nódulos abaixo da pele. A segunda é a forma generalizada. Começa com uma infecção nos pulmões, depois se alastra para outros órgãos, atacando principalmente o sistema nervoso central. Esta forma é muito grave e pode levar ao óbito.

Ciclo de vida e reprodução

Nos centros urbanos, podem viver aproximadamente de 3 a 5 anos e em condições de vida silvestre 15 anos. A fêmea faz os ninhos com materiais que encontra nas redondezas de seu abrigo, pondo de 1 a 2 ovos que são incubados por um período de 17 a 19 dias.

No nosso clima, em boas condições de abrigo e alimento, podem ter de 4 a 6 ninhadas por ano.

Características e comportamentos

São aves de origem européia, mas encontradas no mundo todo, com exceção das regiões polares. Segundo a Lei 9605 de 12/02/98 (Artigo 29, parágrafo 3º), são considerados domésticos levando assim qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos, maus tratos e apreensão, passível de pena de reclusão e inafiançável de até 5 anos.

Alimentam-se preferencialmente de grãos e sementes, mas podem reaproveitar restos de alimentos. Além disso, a alimentação ativa (fornecida por pessoas) em locais como praças, parques, residências, entre outros, acarreta considerável aumento dessa população. Quando na natureza, comem também insetos, vermes, frutos e sementes de árvores e plantas.

Essas aves abrigam-se e constroem seus ninhos em locais altos como prédios, torres de igreja, forros de casas e beirais de janelas. Formam casais para a vida toda e possuem grande capacidade de vôo. Escolhem estes locais estrategicamente, de modo que possam usá-los como abrigo e ponto de observação de sua vizinhança e da fonte de alimento, que fica num raio de, no mínimo, 200 metros em locais onde há fartura de alimento, como na Cidade de São Paulo, ou até mais de 3 km em outras regiões.

Medidas preventivas

  • Não alimentar os pombos para que eles tenham sua função na natureza e sua população permaneça controlada;
  • Recolher sobras de alimentos de animais domésticos, aves de gaiola e criações, para não atrair pombos, ratos e baratas;
  • O hábito de fornecer alimentos para pombos acarreta desequilíbrio populacional com proliferação excessiva dessas aves, desencadeando problemas para o meio ambiente e afetando a qualidade de vida das pessoas;
  • As aves, na natureza, têm uma função muito importante de controlar os insetos e replantar as sementes das plantas que comem. Ao receber alimento, as aves deixam de buscar na natureza alimentos adequados à sua dieta, como grãos, frutos e insetos;
  • A oferta ou escassez de alimentos influencia a reprodução dos pombos. Em locais onde há fartura de alimentos, ocorre aumento da reprodução e, portanto, aumento da população. Se há escassez, a população de pombos se mantém em equilíbrio;

Controle da contaminação ambiental:

  • Proteger o nariz e a boca com máscara ou pano úmido e utilizar luvas quando for fazer a limpeza de locais onde estejam acumuladas fezes e ninhos de pombos;
  • ANTES E DEPOIS DA LIMPEZA: Umidecer bem as fezes com solução desinfetante a base de cloro (água sanitária diluída em água, em partes iguais) ou quaternário de amônia diluídos em água em partes iguais;
  • Impedir o acesso e entrada das aves nas construções, fechando os locais com tela ou alvenaria, após a desinfecção e limpeza do local;
  • Proteger alimentos e água do acesso das aves e suas fezes;

Controle dos abrigos:

  • Instalação de tela ou alvenaria nos vãos dos telhados para impedir a entrada dos pombos;
  • Esticar fio de nylon ou arame nos locais de pouso, como beirais, muros, floreiras, numa altura de 10 cm de altura do local de pouso. Se o beiral for largo, esticar outros fios a cada 3 cm;
  • Utilização de objetos pontiagudos (espículas metálicas ou plásticas), para evitar que as aves pousem ou façam ninhos;
  • Aplicação de substâncias pegajosas (gel repelente) em camada fina para que o pombo evite o local;
  • Modificação da superfície de apoio das aves para que fique com inclinação de mais de 60 graus;
  • Objetos brilhantes e com movimento como festão de natal, bandeirolas, móbilis de CD e manequins de predadores (gavião, coruja), assustam as aves e as afastam do local por algum tempo;
  • Produtos com odores fortes como creolina, naftalina ou formalina também afastam as aves por algum tempo;