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Moscas

Espécies mais encontradas nas áreas urbanas:

  • Espécies mais presentes em áreas urbanas é a mosca doméstica (Musca domestica)

Prejuízos e riscos à saúde

A mosca é com certeza, o inseto mais comum e nojento que aflige os lares e o homem. Nasce e vive na imundice, pousando sobre excrementos, pus, animais mortos e passeando depois livremente sobre os alimentos e sobre o corpo humano. Certas moscas chegam a desovar nas cavidades naturais do homem e animais ou em ferimentos, ocasionando bicheiras, que trazem perturbações gravíssimas.

Outras têm uma fase intermediária da vida, que se pode desenvolver no interior dos tecidos subcutâneos. São conhecidos como bernes. As moscas domésticas são agentes causadores de doenças como o cólera, a febre tifóide, a tuberculose, diarréia infantil, vermes intestinais, cólera, disenteria bacilar e poliomielite. As espécies mais conhecidas são a Musca domestica e a Stomix calcitrans.

Essa praga não é exclusivamente urbana, pois no campo também é fonte de problemas e prejuízos, contaminando alimentos e provocando danos na avicultura, pecuária de leite e suinocultura. De todos os males provocados pela mosca, um dos mais presentes e ameaçadores é o cólera, que vem se propagando por todo o planeta.

No Brasil, a propagação iniciou-se no norte do país, avançando em direção ao sul. A doença é provocada pela bactéria chamada Vibrio Cholerae (Vibrião Colérico), descoberto por Koch, em 1884, na Índia. Quando um alimento ou água contaminada são ingeridos, o vibrião aloja-se nas paredes do intestino delgado, liberando toxinas suficientes que forçam as células intestinais a expelir água e sais minerais sob a forma de diarréias e vômitos, desidratando o doente e exigindo sua reidratação.

A transmissão, por seu turno, ocorre através da ingestão de água contaminada com as fezes ou vômitos de pacientes, pelas fezes de portadores ou pela ingestão de alimentos poluídos por água contaminada. Essa transmissão pode também ser feita pelas mãos sujas de doentes, frutos do mar mal cozidos e provenientes de águas poluídas, legumes mal lavados e moscas. Para transmitir o cólera, a mosca pousa em locais onde o vibrião esteja presente.

O vírus prende-se às patas e pelos do corpo da mosca. Ao pousar em outros pontos, a mosca vai liberando os microorganismos patogênicos adquiridos, deixando-os em alimentos, louças, talheres e outros utensílios. As pessoas, quando ingerem esses alimentos ou fazem uso dos utensílios acabam adquirindo a doença

A doença inicia-se com uma forma branda de diarréia, dores abdominais e mal-estar. Nos casos mais graves, o início é súbito, com diarréia aquosa. As fezes, muito fluídas, apresentam uma cor amarelo esverdeada e um odor de peixe, mas sem a presença de muco ou sangue. Não há febre, mas podem ocorrer cãibras musculares.

Apesar de ser muito grave, a doença pode ser facilmente curada, se for diagnosticada a tempo. Normalmente o tratamento envolve soro para a reidratação e combate ao bacilo com antibióticos prescritos pelo médico. Fatores climáticos, falta de hábitos de higiene, inexistência de uma infraestrutura sanitária e presença de insetos facilitam a disseminação da doença, que geralmente infestam pessoas de baixa renda, vivendo em regiões de risco.

Ciclo de vida e reprodução

O ciclo de vida das moscas é bastante rápido, diretamente proporcional às altas temperaturas e a presença de umidade. Esse ciclo é chamado de holometabólico, porque ela passa por algumas fases até chegar a forma adulta.

Esse inseto já começa sua vida produzindo ovos, cerca de 120 ovos a cada postura. Durante sua vida, ela irá repetir essa postura cinco ou seis vezes em média. Estudos desse ciclo biológico revelam que um simples casal de moscas, em quatro meses, é capaz de produzir 191.000.000.000.000.000.000 descendentes, considerando-se que todos os seus filhotes e os filhotes de seus filhotes sobrevivam.

Os ovos eclodem num prazo de dez a vinte e quatro horas, dependendo das condições de calor e umidade. Desses ovos surgem pequenas larvas, brancas, que alcançam seu tamanho ideal em cerca de cinco dias. Após esse tempo, a larva procura um ambiente fresco e seco para pupar, de preferência debaixo de folhas, capim, terra fofa ou outro ambiente apropriado.

Ali tomam a forma de uma pequena cápsula oval clara que vai escurecendo à medida que o processo de transformação vai evoluindo. No interior da cápsula, a mosca toma sua forma adulta. Após o período pupal, ela se livra da cápsula com a ajuda de uma membrana que possui no alto da cabeça. Através de movimentos repetidos de vai e vem, força a saída e ganha a liberdade para iniciar seu próprio novo ciclo.

Desde a postura do ovo até a fase final, uma semana em média decorreu.

Características e comportamentos

As moscas são encontradas normalmente em locais onde haja algum tipo de matéria orgânica em fermentação. É nesses locais que liberam seus ovos. Sendo por demais prolíficos, não acompanham a evolução de seus filhotes, mas cuidam em oferecer aos recém-nascidos condições de sobrevivência.

Assim, instintivamente escolhem materiais que sirvam de alimentação às futuras larvas, como: lixo, esterco, restos de vegetais e animais em decomposição, fezes de animais ou humanas. Ao fazer isso, torna-se uma terrível ameaça ao homem, pois microorganismos grudam-se a suas patas e pêlos, acompanhando-as em seus vôos e pousos futuros.

Os insetos não se alimentam da mesma maneira. Alguns são dotados de um aparelho bucal mastigador, que arranca pedaços do alimento. Outros já possuem um aparelho com ação semelhante a de uma seringa, sugando o sangue de animais e de pessoas. A mosca doméstica, no entanto, tem um tubo com uma membrana esponjosa na ponta.

Quem assistiu ao filme "A Mosca" certamente se lembra da maneira como o homem-mosca se alimentava, liberando sucos digestivos sobre o alimento, dissolvendo-o e sugando-o depois. Antes de comer, ela literalmente vomita sobre o alimento, depois usa seu tubo para sugar a comida liquefeita.

Previnindo as doenças

A melhor maneira de evitar as doenças transmitidas pelas moscas é a prevenção e toda família tem que se empenhar em seguir medidas higiênicas e profiláticas, a saber: 1ª - caso não disponham de água tratada, colocar duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% em 1 litro de água, meia hora antes de usar ou beber dessa.

Esse produto normalmente é distribuído pelos centros de saúde.

Uma alternativa para esse tratamento é ferver a água por, no mínimo, cinco minutos antes de usar.

  • Ferver o leite antes de usá-lo.
  • Cozinhar bem os alimentos, principalmente frutos do mar, peixes, aves e carnes;
  • Lavar as mãos com água e sabão após ir ao sanitário, durante o manuseio de alimentos e antes das refeições;
  • Evitar o consumo de alimentos que não se apresentem em boas condições de higiene;
  • Após lavar bem os alimentos crus, verduras e frutas, colocá-los de molho em um litro de água com uma colher de água sanitária por, no mínimo, meia hora;
  • Lavar e secar bem pratos, panelas, talheres e outros utensílios de mesa e cozinha;

Medidas preventivas

O combate ideal das moscas é realizado através de saneamento ambiental, isto é, na eliminação das condições que propiciam a existência de locais onde se acumule lixo, restos alimentares, matéria orgânica em decomposição, entre outros.

Há casos que a necessidade de dedetização se torna eminente.

Para isto, devem-se executar as seguintes medidas:

  • Acondicionamento correto do lixo: dentro de sacos plásticos, em latas limpas com tampas adequadas, de preferência sobre estrado, para que não fique diretamente em contato com o solo;
  • Não jogar lixo a céu aberto ou em terrenos baldios, pois atrairão moscas para o local e, conseqüentemente, para todas as casas da vizinhança;
  • Só colocar lixo para coleta uma hora antes de o coletor passar;
  • Se enterrado, o lixo deve receber uma cobertura de terra compactada de, no mínimo, 30 cm;
  • Acondicionamento correto dos alimentos (em potes ou latas bem fechadas);
  • Lavagem freqüente de áreas ou recipientes com qualquer tipo de resíduo orgânico (fezes de animais, restos alimentares, e outros), de forma a manter o ambiente sempre limpo;
  • Não manter criações rurais em áreas residenciais;